4ª época – 1933 a 1949
Filmes com os atores Oscarito e Grande Otelo asseguram ao cinema nacional um contato maior com o público brasileiro.
O que irá prevalecer nos últimos anos desse período é a “chanchada”, filmes cômicos e populares que atualmente são considerados obras sem valor, mas na época era o que havia de mais estimulante no cinema nacional.
5ª época – 1950 a 1966
Os filmes produzidos a partir de 1960 distribuem-se de forma equilibrada entre os mais variados tipos de produções:
Em 1961, estréia Glauber Rocha com a erupção do Cinema Novo,que tinha como principal proposta apresentar um moderno cinema.
Os filmes dos anos 60 estruturam-se em metáforas. Isso pode ser notado nas produções designadas de “estética da fome” em que a metáfora era questionar os problemas sociais e no “cinema marginal”, onde a metáfora residia na “estética do lixo”, isto é, apresentar a experiência do subdesenvolvimento e a situação do Brasil como país periférico.
Um destaque dessa época foi o filme O pagador de Promessas (1962),
o primeiro filme brasileiro indicado ao Oscar (1963) e o primeiro, e até agora o único filme nacional, premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
6ª época -1967 a 1989
Esse período foi marcado pela censura das artes que se agravou ainda mais com a instituição do AI-5. Em 1969 a Embrafilme começa a funcionar. Esse órgão foi instituído pelo governo militar para administrar o financiamento da distribuição do produto nacional, sendo uma fonte de produção cinematográfica brasileira que, curiosamente, chegou a financiar filmes que depois de prontos sofreriam a censura do próprio regime militar. Embora a Embrafilme fosse uma mola propulsora para a produção nacional grande parte dos beneficiados acabaram sendo membros influentes do Rio de Janeiro.
Nos anos 70 surge a figura do malandro ( Hugo Carvana) que auxiliou na reconciliação do filme brasileiro com o público.
Filmes que figuram como uns dos maiores sucessos de bilheteria da produção nacional foram produzidos nessa época. É o caso, por exemplo, de Dona Flor e seus Dois Maridos (9,5 milhões de espectadores, lançado em 1976, direção de Bruno Barreto) e das pornochanchadas
Em 1990, o cinema brasileiro passa por uma situação conturbada, trata-se do fechamento da Embrafilme durante o governo Collor, o que desencadeou numa grave crise. Para se ter uma idéia das proporções que o problema tomou, em 1992 apenas dois filmes de longa-metragem foram lançados no Brasil.
Felizmente, no final de 1993, durante o governo Itamar Franco, o cinema nacional foi impulsionado com o surgimento da Lei do Audiovisual. Essa lei garantia a dedução do imposto das empresas que investissem na produção nacional, e no caso das empresas estrangeiras havia dedução de imposto da remessa de lucros para o exterior. Na prática, a Lei do Audiovisual mostrou-se mais eficaz para estimular a produção, deixando em segundo o plano a distribuição e a exibição.
O filme Carlota Joaquina (1994) marcou o recomeço da atividade cinematográfica no país, sendo o marco da conhecida “retomada”. O filme foi distribuído pela própria diretora, Carla Camurati e realizado com baixo orçamento, 630.000 reais, e atingiu 1,3 milhão de espectadores.
Em 1995, estreou O Quatrilho (Fábio Barreto) que foi o primeiro filme a captar recursos pela Lei do Audiovisual. Essa produção também teve um retorno positivo com o público brasileiro. Além da reconquista do espectador nacional, os filmes brasileiros foram, sucessivamente, tornando-se reconhecidos no exterior e concorrendo a prêmios. Entretanto, a obrigatoriedade de exibição provavelmente continuou privilegiando os títulos com mais apelo comercial.
Em 2002, apenas dois filmes nacionais, Cidade de Deus e Xuxa e os Duendes, aparecem entre os 50 lançamentos mais vistos pelo público brasileiro. No ano de 2005 foi lançado o filme de maior bilheteria da retomada do cinema brasileiro, trata-se de 2 Filhos de Francisco que conseguiu levar às salas de cinema 5.319.677 espectadores (dados da Ancine).
Em 2007, os destaques foram Tropa de Elite e a A grande família, já no primeiro trimestre de 2008, segundo dados divulgados pelo portal Filme B, o filme Meu nome não é Johnny abarcou o maior público (dois milhões), mas nesse mesmo período o público nacional para filmes estrangeiros foi de 19,70 milhões, enquanto o dos brasileiros foi apenas de 2,90 milhões. Com isso é possível constatar que, apesar do otimismo trazido com a retomada, ainda há uma grande desigualdade entre o público do nosso cinema e o do estrangeiro.