Depois de ter apresentado a trajetória do cinema brasileiro, é hora de finalmente entender um pouquinho sobre a inserção do rural em nosso cinema. Para isso, vou tomar como referência o livro O rural do cinema brasileiro de Célia Aparecida Tolentino. Assim, o que você irá ler no post abaixo é apenas um breve resumo e se você, caro blogueiro, quiser saber mais sobre o assunto vale à pena conferir o livro.
Tolentino (2004) divide as representações do rural na cinematografia brasileira em três épocas:
Década de 20 – O rural é apresentado como um outro Brasil, não sendo parte da cultura daquele que fala.
Nessa época, grande parte dos críticos e cinéfilos não simpatizavam com os filmes brasileiros que retratavam as mazelas do país. Eles consideravam que o cinema, produzido aqui, deveria apresentar um Brasil ornamental e não um país arcaico. Para atender a estes anseios optou-se por realizar filmes que seguissem os moldes hollywoodianos da época, isto é, produzir obras em que o rural fosse abordado de forma com que aquele que assistisse não se considerasse como pertencente ao grupo representado nas telas.
Década de 50 - O rural é romanticamente professado como nós mesmos, mas num passado distante.
Década de 50 - O rural é romanticamente professado como nós mesmos, mas num passado distante.
Durante esse período, com a urbanização, o homem pobre do meio rural já poderia ser materializado na figura do paulista e do mineiro. Por estar num “passado distante” ser “coisa fora de moda”, o caipira não representava a nossa imagem diante do estrangeiro, ele agora serviria para despertar risos e alcançar espectadores. Isso aconteceu com a figura do jeca de Mazzaropi no cinema que, retratando o homem do meio rural, conseguiu tornar-se sucesso de bilheterias.
Nessa época a relação urbano/rural deveria ser vista como uma questão de oposição entre o sul/norte. Era como se o avanço e a modernização estivessem no sul do país, mais precisamente eixo Rio e São Paulo, e o atraso, no norte, no nordeste brasileiro. Infelizmente, esse pensamento ainda vigora no imaginário nacional.
Nessa época a relação urbano/rural deveria ser vista como uma questão de oposição entre o sul/norte. Era como se o avanço e a modernização estivessem no sul do país, mais precisamente eixo Rio e São Paulo, e o atraso, no norte, no nordeste brasileiro. Infelizmente, esse pensamento ainda vigora no imaginário nacional.
Fique por dentro: Na próxima postagem você vai saber como o rural era representado na “terceira época” (década de 60). E aí, já tem um palpite?
2 comentários:
Mazzaropi era o cara!!!
Com certeza, embora a crítica negasse isso, Mazzaropi foi o "cara".Com o seu jeito cômico de abordar o homem do meio rural trouxe o público brasileiro para o cinema.
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