quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Deus e o Diabo na Terra do Sol

O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão. Essa é uma das profecias repetidas em um dos filmes mais citados quando se fala da temática rural no cinema brasileiro. Por isso, não poderia deixar que, no mar de produções cinematográficas, ao menos uma obra de Glauber Rocha fosse apresentada no cinebrasileiral.

Ficha técnica
Título Original: Deus E O Diabo Na Terra Do Sol

Gênero: Drama

Duração: 125 min.

Lançamento (Brasil): 1964

Distribuição: Copacabana Filmes
Direção: Glauber Rocha
Roteiro: Glauber Rocha e Walter Lima Jr.
Elenco principal: Geraldo Del Rey, Othon Bastos, Maurício do Vale
,Yona Magalhães, Lídio Silva e Sônia dos Humildes.

O filme conta a trajetória de Manuel (Geraldo Del Rey), um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo seu patrão e em uma briga acaba matando-o. O que resta a Manuel é fugir com a sua esposa, Rosa (Yoná Magalhães), dos jagunços. Na fuga ele encontra Sebastião (Lídio Silva) que passa a ser visto por Manuel e por outros seguidores como um santo, um salvador. Só que Rosa não gosta das atitudes de Sebastião e da alienação que Manuel é submetido. Assim, ao presenciar a morte de uma criança, Rosa mata o beato. O casal tem de fugir novamente e agora passam a pertencer ao cangaço liderado por Corisco ( Othon Bastos ). Entre caminhadas, sonhos, sertão, mar, Deus e o diabo, Manuel vai encontrando o seu desfecho.
As cenas são permeiadas pela inserção de um narrador que conta a história de Manuel em forma de cordel misturando realidade e ficção. O filme também traz uma visão crítica dos movimentos messiânicos comuns ao sertão e da brutalidade dos jagunços e apresenta um homem do meio rural engajado e pronto para lutar.
Deus e o diabo na terra do sol é um dos marcos do nosso cinema por trabalhar com narrativas e jogos de câmera diferentes que se movimentam junto com os personagens e seus conflitos, acompanhada de uma trilha sonora em certos pontos dramática, com músicas de Heitor Villa-Lobos trazendo a tensão ao espectador. A realidade apresentada nas telas é perturbadora, confunde, choca e nem todos estão prontos para vê-la.

Curiosidades

Deus e o Diabo na Terra do Sol concorreu à Palma de Ouro no XVII Festival do Filme, em Cannes, perdendo para uma comédia musical francesa, mas é a partir daí que o Cinema Novo passa a ser conhecido mundialmente.

Glauber Rocha tinha 24 anos na época em que dirigiu o filme.

Premiações

- Ganhou o Grande Prêmio Latino-Americano, no Festival de Mar del Plata.

- Ganhou o Prêmio da Crítica Mexicana, no Festival de Acapulco.

- Ganhou o Grande Prêmio do Festival de Cinema Livre, na Itália.

- Ganhou o Náiade de Ouro, no Festival de Porreta Terme.

Confira alguns trechos do filme:


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A máquina em aúdio

Ficha Técnica
Título Original: A Máquina
Gênero: Drama

Duração: 90 min.

Lançamento (Brasil): 2005

Distribuição: Buena Vista International
Direção: João Falcão
Roteiro: João Falcão e Adriana Falcão
Música:
DJ Dolores, Chico Buarque e Robertinho do Recife
Fotografia:
Walter Carvalho
Elenco principal: Gustavo Falcão, Mariana Ximenes, Lázaro Ramos, Vladimir Brichta, Wagner Moura e Paulo Autran.

Olá, esse post conta com uma novidade. Se você quiser conhecer a encantadora história do filme A máquina, de João Falcão, vai ter que ouvir o podcast abaixo que conta com a minha narração mais as falas dos personagens do filme, como Antônio do futuro ( Paulo Autran), Antônio do passado( Gustavo Falcão), Karina ( Mariana Ximenes), além de um pouco da trilha sonora do filme.






quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A marvada carne

Ficha Técnica
Título Original: A Marvada Carne
Gênero: Comédia
Duração: 77 min.
Lançamento (Brasil): 1985
Distribuição: Embrafilme
Direçâo: André Klotzel
Roteiro: André Klotzel e Carlos Alberto Soffredini
Música: Rogário Duprat
Fotografia: Pedro Farkas
Elenco Principal: Adilson Barros, Fernanda Torres, Dionísio Azevedo, Geny Prado, Regina Casé, Lucélia Machiavelli e Paco Sanchez

Um dos clássicos do nosso cinema, a Marvada Carne apresenta o caipira da forma tradicional de representação das produções cinematográficas brasileiras, isto é, um matuto engraçado que sai andando em busca de algo. Nesse caso o caipira é NhôQuim(Adilson Barros) e a procura é por carne e uma esposa. Isso mesmo, NhôQuim decide largar tudo para ir em busca de uma necessidade, comer carne de boi e se possível arrumar uma noiva. Na sua caminhada ele acaba encontrando Catula ( Fernanda Torres), uma moça que vive implorando a Santo Antônio um casamento. A jovem, ao descobrir o desejo de Quim, engana o matuto dizendo que no dia do casamento o seu pai mataria um boi. Quim resolve então se casar com ela, após passar por uma série de provas. Depois do casamento, ele espera a carne de boi que nunca chega. Até que o casal vai para a cidade e no meio de uma confusão, finalmente chega a tão sonhada carne de boi.

O filme torna-se cômico, principalmente, ao mostrar o cotidiano do meio rural e suas crendices, como por exemplo a relação de Catula com Santo Antônio, a vontade dela beber água no mesmo copo de Quim para descobrir o pensamento dele e o encontro do caipira com o Curupira (esse encontro pode ser verificado no vídeo abaixo).


O destaque da trilha sonora é a música Cana Verde de Tonico e Tinoco.

Premiação

A Marvada Carne conquistou quase todos os Kikitos do Festival de Gramado de 1985, incluindo os de Melhor Filme (pelos júris popular e oficial); melhor diretor, para André Klotzel; melhor atriz, para Fernanda Torres; melhor roteiro, para Klotzel e Carlos Alberto Soffredini, melhor fotografia, para Pedro Farkas; melhor música original, para Rogério Duprat; melhor cenografia para Adrian Cooper: melhor edição, para Alain Fresnot, e prêmio especial, para o ator Dionísio Azevedo.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O velho Chico na tela

"Dizem que se um dia você beber da água do Rio São Francisco, não poderá mais esquecê-lo e sempre retornará....Há duas formas de viver esse privilégio: compartilhando-o com os que já conhecem ou apresentando-o ao maior número de pessoas para que também passem a conhecer a profunda, peculiar e vasta cultura desse lugar." Marcus Vinicius Cézar

Embora não tenha atingido ao maior número de pessoas desejado, já que Espelho D'Água, quando lançado teve apenas 18.096 espectadores, a proposta inicial do diretor Marcus Vinicius Cézar não deixou de ser cumprida, pois o filme é um convite para querer mergulhar na rica cultura do Rio São Francisco. Por isso não posso deixar de comentar aqui no cinebrasileiral essa obra.

Ficha técnica:

Título Original:
Gênero: Drama
Duração: 105 minutos
Lançamento (Brasil): 2004
Distribuição: Copacabana Filmes
Direção: Marcus Vinícius Cezar
Roteiro: Marcus Vinícius Cezar, Lara Francischetti e Yoya Wursh.
Atores Principais: Carla Regina, Fábio Assunção, Francisco Carvalho, Regina Dourado, Aramis Trindade, Charles Paraventi e Severo D' Acelino


Um filme que além de encantar e divertir apresenta a magia das margens do Rio São Francisco e a beleza natural e cultural da região. Assim poderia ser definido Espelho d’água - Uma Viagem no Rio São Francisco.
Aparentemente, temos a sensação de que o filme é apenas uma obra romântica que apresenta a história de um fotógrafo, Henrique, interpretado por Fabio Assunção, longe de sua namorada, Celeste (Carla Regina). Contudo é possível perceber que Espelho d’ água não se trata de um mero romance, já no início, quando um dos moradores questiona o fato de nas fotos o rio estar brilhando embora o mesmo não ocorresse por baixo do espelho d’ água. A partir daí, o fotógrafo reflete sobre o seu trabalho e, na busca por novas imagens, sofre um acidente. Celeste começa então a sair em busca de Henrique, percorrendo o Rio São Francisco.
Em meio a essa procura há a junção entre ficção e documentário e são apresentadas a cultura do local por meio dos personagens Abel ( Francisco Carvalho) e Penha (Regina Dourado) que exemplificam os costumes, as tradições e a religiosidade da população ribeirinha através de romarias, festas populares e o ato de jogar cabaça no rio para alcançar uma graça. Além disso, a história do filme é envolta em lendas da região, tais como, Curupira, Minhocão, Bicho d’água e Pisadeira e, ao mesmo tempo, faz-se uma contraposição da visão de Celeste, como turista, com a da população ribeirinha quanto aos mitos presentes no imaginário popular.
Outros pontos fortes do filme são a fotografia de José Tadeu Ribeiro e a trilha sonora de Naná Vasconcelos, ambas premiadas. Todos os elementos unidos acabam permitindo que assistir Espelho d’água seja uma maneira de realizar uma viagem ao velho Chico. Por isso, vale a pena garimpar nas locadoras para ter a oportunidade de assistir a rica cultura brasileira na tela.

Principais Premiações:
- Melhor Ator Coadjuvante (Francisco Carvalho) e Melhor Atriz Coadjuvante (Regina Dourado). no CINEPE (2004).
- Melhor Fotografia e Melhor Som - Prêmio TAM no 8º Festival de Cinema de Miami.


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Mazzaropi e o eterno Jeca Tatu


Quando se fala em cinema retratando o meio rural, é difícil não se lembrar dos filmes de Amácio Mazzaropi. Ao todo foram 32 produções nacionais que levavam de forma cômica o homem do campo às telonas e conquistavam o grande público, apesar de duras críticas da elite cinematográfica nacional.
Para representar os filmes de Mazzaropi, escolhi colocar no cinebrasileiral "Jéca Tatú" , através desse filme a denominação
jeca cheia de estereótipos apareceu pela primeira vez no cinema brasileiro.

Ficha técnica:
Título original: Jéca Tatú
Lançamento: 1959
Gênero: Comédia
Duração: 95 min.
Direção e roteiro: Milton Amaral
Argumento: Amácio Mazzaropi
Produção: PAM Filmes
Elenco principal: Mazzaropi, Roberto Duval, Geny Padro, Nena Viana, Franciso de Souza, Miriam Rony, Marlene França e Marthus Mathias.

Baseado na história "Jeca Tatuzinho", de Monteiro Lobato, o filme Jéca Tatu conta a história de um caipira preguiçoso que vê a sua propriedade ameçada por causa da ganância de um latifundiário vizinho, Sr. Giovanni. Entre a briga dos dois, está o personagem Vaca-Brava, o vilão da história, que ao saber da paixão da filha do jeca pelo filho do latifundiário, começa a armar para que as disputas dos dois proprietários atrapalhe o romance.

É interessante no notar no filme como o jeca é construído de forma caricata, sendo a representação de um homem desengonçado, preguiçoso e ingênuo. Outro fator que não pode deixar de ser notado é como o padrão hollywoodiano influenciava na produção dos filmes brasileiros. O personagem Vaca-brava é praticamente um cowboy, a juventude que aparece no filme quando o jeca vai para a cidade, parece retirada de um filme norte-americano e sem nenhuma contextualização real, com o enredo, apareciam musicais no filme, como por exemplo, a interpretação de Tony e Celly Campello da música "Tenho tempo para amar" ( veja o vídeo abaixo) e a de Agnaldo Rayol sobre uma cerca cantando "Estrada do Sol".

E, claro, além de ser possível refletir sobre a produção da época, jeca tatu é capaz de, ainda hoje, despertar risos, comover o espectador e trazer para a discussão a polêmica levantada por Mazzaropi numa entrevista à Veja em 1970, quando foi questionado sobre o Cinema Novo:
"Só acho que a gente tem que se decidir: ou faz fita para agradar os intelectuais (uma minoria que não lota uma fileira de poltronas de cinema) ou faz para o público que vai ao cinema em busca de emoções diferentes. O público é simples, ele quer rir, chorar, viver minutos de suspense. Não adianta tentar dar a ele um punhado de absurdos: no lugar da boca põe o olho, no lugar do olho põe a boca. Isso é para agradar intelectual."
E aí, você concorda com Mazza?

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Central do Brasil

Já que comecei falando de filmes premiados, não posso deixar de colocar no cinebrasileiral, Central do Brasil, uma produção que, ao ser destaque no exterior, fez com que a mídia ao menos se voltasse para o cinema brasileiro e mostrasse a qualidade do que era até então produzido no nosso cinema.

Ficha técnica:

Título original: CENTRAL DO BRASIL
Lançamento: Brasil-1998
Direção: Walter Salles
Roteiro: Marcons Bernstein e João Emanuel Carneiro
Gênero: Drama
Duração: 113 minutos.

Elenco principal: Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Marília Pêra,Othon Bastos, Matheus Nachtergaele, Soia Lira, Otávio Augusto, Caio Junqueira e Stella Freitas.


Sinopse:

Central do Brasil apresenta a história de Dora (Fernanda Montenegro) uma professora que escreve cartas para analfabetos na Central do Brasil. As histórias que ela ouve e transcreve, são normalmente, de uma população migrante nordestina, que tenta manter os laços com os parentes e o passado.
Uma das clientes de Dora é Ana que vem escrever uma carta com seu filho, Josué (Vinícius de Oliveira), um garoto de nove anos, que sonha encontrar o pai que nunca conheceu. Na saída da estação, Ana é atropelada e Josué fica abandonado. Dora, mesmo tendo relutado, acolhe o menino, e, na busca para encontrar o pai dele, no interior do Nordeste, é construída uma bela amizade entre os personagens que antes eram meros desconhecidos.


Central do Brasil é um exemplo de filme que elege o rural, o interior do Brasil, como a verdadeira face do país, e contrasta o urbano com o rural. A personagem Dora é a representação desse contraste. No início do filme, isto é, quando está inserida no ambiente individual e conturbado do urbano, Dora parece ser insensível e mal-humorada e a medida em que se aproxima do meio rural, a personagem vai adquirindo sensibilidade, deixando de trapacear e mostrando um grande afeto que parecia não existir mais nela. É como se o filme, através de Dora, nos apontasse o caos, a frieza do meio urbano, onde tudo parece dar errado, mas mesmo assim, é o lugar que recebe a massa de migrantes nordestinos em busca de melhores oportunidades. Ao mesmo tempo, também nos é demonstrada a reconquista da identidade, tanto de Josué quanto de Dora, a partir do momento em que se adentra no interior do país.


Principais Premiações:


- Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e foi indicado na categoria de Melhor Atriz em Drama.

- Ganhou o Urso de Ouro de Melhor Filme, o Urso de Prata de Melhor Atriz (Fernanda Montenegro) e Prêmio Especial do Júri, no Festival de Berlim.

- Recebeu 2 indicações ao Oscar: Melhor Atriz (Fernanda Montenegro) e Melhor Filme Estrangeiro.


Curiosidades:

- Central do Brasil foi o primeiro trabalho como ator de Vinícius de Oliveira. Walter Salles o conheceu enquanto o menino trabalhava como engraxate e o convidou para fazer um teste. Nos testes Vinícius superou mais de 1500 outros concorrentes ao papel.

- Quando Fernanda Montenegro se posicionou para as filmagens na Central do Brasil algumas pessoas de fato se aproximaram dela pedindo que escrevesse cartas. Algumas dessas cenas foram incorporadas ao filme.

- A música de "Central do Brasil" foi composta por Antonio Pinto e Jaques Morelenbaum, os dois prepararam uma trilha em que os instrumentos clássicos vão sendo substituídos por instrumentos nordestinos a medida que os dois personagens se aproximam de seu destino. Uma das mais belas melodias do filme, "Toada e Desafio" , é do grande compositor pernambucano Capiba.


A beleza e emoção despertadas pelo casamento entre imagem e trilha podem ser observadas na última cena do filme.



segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Pagador de Promessas

Após ter apresentado O quatrilho (1994), como um dos principais filmes contemporâneos que retratam o rural, chegou a vez de apresentar um clássico do nosso cinema. No post de O quatrilho mesmo, eu já havia o citado, trata-se de O pagador de promessas (1963), primeiro filme brasileiro a concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Ficha técnica:

Título Original: O Pagador de Promessas
Gênero: Drama
Duração: 95 min.
Lançamento:1962
Distribuição: Lionex Films e Embrafilme
Direção: Anselmo Duarte
Roteiro: Anselmo Duarte
Elenco Principal: Leonardo Villar, Glória Menezes, Dionísio Azevedo, Geraldo Del Rey, Norma Bengell, Othon Bastos e Antônio Pitanga.

Baseado na peça teatral de Dias Gomes, O pagador de Promessas retrata a miscigenação religiosa brasileira e, ao mesmo tempo, a devoção e ingenuidade do povo através da figura de "Zé do burro" ( Leonardo Villar), um homem simples, do campo, que vive com sua esposa, Rosa (Glória Menezes), em uma pequena propriedade a 42 quilômetros de Salvador. O conflito do filme inicia-se quando o burro de estimação de Zé é atingido por um raio e ele, para salvar o animal, acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma promessa a Santa Bárbara.

Após o burro, Nicolau, ter sido salvo, Zé tenta cumprir a promessa feita. Entretanto, o que deveria ser um simples ato de fé toma proporções gigantescas quando Zé é barrado pelo vigário local, que o impede de entrar na igreja carregando nas costas a imensa cruz que havia prometido.
A história de “Zé do burro” começa a ser acompanhada por jornalistas, políticos, mães de santo, contador de histórias e beatas. Ele passa a ser visto como santo e mártir para grande parte da sociedade, um infiel para a igreja e um arruaceiro para polícia.

Principais Premiações

- Palma de Ouro no Festival de Cannes, França (Melhor longa-metragem), 1962;

- Festival Internacional de São Francisco, Estados Unidos (Melhor filme) prêmio Darius Milhaud e melhor música (Golden Gate),1962;

- Melhor filme, produtor (Oswaldo Massaini), ator (Leonardo Villar) e prêmio especial (Anselmo Duarte e Dias Gomes), prêmio Saci, São Paulo, 1962;

- Melhor filme, diretor, ator (Leonardo Villar), atriz (Norma Bengell), ator secundário (Geraldo del Rey) e revelação (Glória Menezes), V Festival de Cinema de Curitiba, Paraná, 1962;

- Melhor filme, diretor, ator (Leonardo Villar) e atriz (Glória Menezes), troféu Cinelândia, Rio de Janeiro, 1962.

Curiosidades

- O Pagador de Promessas foi o primeiro e até agora o único filme brasileiro a ser premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes.


- Foi exibido na Casa Branca, em 17.12.1962 e entusiasticamente aplaudido pelo presidente Kennedy, diplomatas e jornalistas.

- Segundo o site adoro cinema brasileiro, quando o filme o Pagador de Promessas ganhou a Palma de Ouro, teve que lutar contra muito mais que outros filmes. O Embaixador em Paris e o Itamaraty não acreditavam realmente no cinema brasileiro, chegando ao ponto de não emprestar a bandeira do Brasil para o festival. O problema da bandeira foi resolvido quando Anselmo Duarte encontrou numa casa a bandeira hasteada. Porém a bandeira não tinha metade do tamanho do padrão e, pela primeira vez, só se hasteou a bandeira do vencedor, as outras ficaram cerradas, caso fossem também abertas seria possível notar que a do Brasil era menor.

Veja o trailer de O pagador de Promessas:




sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O Quatrilho

Como disse no post anterior, a partir de agora serão apresentados, no cinebrasileiral, filmes nacionais, lançados após a aclamada retomada do nosso cinema, que retratam de alguma forma o interior brasileiro. Bem, não há melhor filme para estrear aqui do que O quatrilho (1995), a primeira produção nacional, a partir da retomada do cinema brasileiro, a concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Antes dele, apenas O pagador de Promessas (1963) tinha conseguido tal façanha. E, claro, O quatrilho abriu as portas para outras produções, como por exemplo, O que é isso companheiro?

Ficha técnica:
Título Original: O Quatrilho

Gênero: Drama

Tempo de Duração: 120 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 1995

Distribuição: RioFilme
Direção: Fábio Barreto

Roteiro: Antônio Calmon e Leopoldo Serran, baseado em livro de José Clemente Pozenato
Elenco: Glória Pires, Patrícia Pillar, Alexandre Paternost, Ângelo Gardone, Gianfrancesco Guarnieri, Cecil Thiré, Cláudio Mamberti,José Lewgoy.

Baseado no romance homônimo de José Clemente Pozenato, de mesmo título, o filme se passa no Rio Grande do Sul, no início do século XX. Dois casais muito amigos passam a dividir a mesma casa para poder sobreviver.
Segundo um sábio da comunidade, o quatrilho é "um jogo demoníaco que faz viver a tentação da infidelidade". O jogo acaba sendo uma metáfora da situação que os dois casais viverão. O relacionamento dos quatro acaba fazendo com que a esposa de um (Patrícia Pillar) envolva-se com o marido ( Bruno Campos) de sua amiga. Os dois começam uma relação e, com o tempo, decidem fugir para tentar a vida em outro lugar. Os outros dois que ficam na casa, (Glória Pires e Alexandre Paternost), passam a ser mal-vistos pela comunidade e enfrentam o conservadorismo e preconceito.
Rodado inteiramente em cidades como Caxias do Sul, Farroupilha, Carlos Barbosa e Bento Gonçalves, o filme possui fotografia de Félix Monti, destacando as paisagens locais. A trilha sonora traz composições exclusivas de Caetano Veloso e Jaques Morelenbaum.


Premiações
:
Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, mas a premiação foi para a produção holandesa A Excêntrica Família de Antônia (1995).
Ganhou Palma de Ouro em Cannes.

Recebeu os prêmios de Melhor Atriz (Glória Pires), Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora no Festival de Havana.




sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Pós-64 – O rural é nossa salvação.


A política dos anos 60 para a valorização da cultura nacional não vingou como se esperava, pois o internacionalismo da indústria cultural estava presente no Brasil e a própria produção nacional acabava pautando-se por idéias conservadoras. Com o golpe militar de 64, através de um cinema político, buscou-se explicitar o dilema entre o rural, o nacional e o internacional.
A partir daí, o rural irá ressurgir por meio de um cinema politizado e engajado, com a preocupação de apresentar a cultura genuína brasileira. Nessa época recorre-se ao sertão nordestino e, o interior do Brasil, que até então era visto como " o resto do país", passa a ser considerado a síntese do destino nacional.
Nesse contexto, o rural em nosso cinema passa a ser representado a partir de duas correntes, uma que o associa ao patriarcalismo, ao conservadorismo do processo de modernização brasileira, e outra que apresenta o rural como uma parte do Brasil ligada ao misticismo ingênuo que rende belas imagens de santos, festividades e rituais. Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) representa essa primeira corrente e O dragão da maldade contra o santo guerreiro (1969) é o exemplo da segunda corrente.
Depois de conhecer essas três épocas do rural no cinema brasileiro, ficam os questionamentos: Como os filmes contemporâneos brasileiros retratam o rural? De forma cômica? Mítica? Crítica? Ingênua? Ou uma mistura de tudo isso?
Essas respostas, você poderá encontrar nas suas vindas ao cinebrasileiral. A partir de agora, serão apresentados aqui, filmes brasileiros, produzidos após a retomada, que de alguma forma representam o rural, o interior brasileiro. E claro, filmes que ao longo da história, retratando o rural, foram importantes para a nossa cinematografia.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Como fica o rural no nosso cinema?

Depois de ter apresentado a trajetória do cinema brasileiro, é hora de finalmente entender um pouquinho sobre a inserção do rural em nosso cinema. Para isso, vou tomar como referência o livro O rural do cinema brasileiro de Célia Aparecida Tolentino. Assim, o que você irá ler no post abaixo é apenas um breve resumo e se você, caro blogueiro, quiser saber mais sobre o assunto vale à pena conferir o livro.
Tolentino (2004) divide as representações do rural na cinematografia brasileira em três épocas:
Década de 20 – O rural é apresentado como um outro Brasil, não sendo parte da cultura daquele que fala.
Nessa época, grande parte dos críticos e cinéfilos não simpatizavam com os filmes brasileiros que retratavam as mazelas do país. Eles consideravam que o cinema, produzido aqui, deveria apresentar um Brasil ornamental e não um país arcaico. Para atender a estes anseios optou-se por realizar filmes que seguissem os moldes hollywoodianos da época, isto é, produzir obras em que o rural fosse abordado de forma com que aquele que assistisse não se considerasse como pertencente ao grupo representado nas telas.

Década de 50 - O rural é romanticamente professado como nós mesmos, mas num passado distante.
Durante esse período, com a urbanização, o homem pobre do meio rural já poderia ser materializado na figura do paulista e do mineiro. Por estar num “passado distante” ser “coisa fora de moda”, o caipira não representava a nossa imagem diante do estrangeiro, ele agora serviria para despertar risos e alcançar espectadores. Isso aconteceu com a figura do jeca de Mazzaropi no cinema que, retratando o homem do meio rural, conseguiu tornar-se sucesso de bilheterias.
Nessa época a relação
urbano/rural deveria ser vista como uma questão de oposição entre o sul/norte. Era como se o avanço e a modernização estivessem no sul do país, mais precisamente eixo Rio e São Paulo, e o atraso, no norte, no nordeste brasileiro. Infelizmente, esse pensamento ainda vigora no imaginário nacional.
Fique por dentro: Na próxima postagem você vai saber como o rural era representado na “terceira época” (década de 60). E aí, já tem um palpite?

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Trajetória do Cinema Brasileiro - Parte II

Como havia prometido, aí estão as outras épocas do cinema brasileiro:

4ª época – 1933 a 1949

Nesse período a produção é quase exclusivamente carioca. Artisticamente, Humberto Mauro permanece com maior importância, produzindo o filme “ Favela dos meus amores”, contemplando o lirismo com simpatia dessa parcela do povo.
Filmes com os atores Oscarito e Grande Otelo asseguram ao cinema nacional um contato maior com o público brasileiro.



O que irá prevalecer nos últimos anos desse período é a “chanchada”, filmes cômicos e populares que atualmente são considerados obras sem valor, mas na época era o que havia de mais estimulante no cinema nacional.

5ª época – 1950 a 1966
Durante a década de 50 o aumento da produção foi constante, mais de 30 filmes anuais. O aparecimento de Amácio Mazzaropi trouxe uma certa diversificação na chanchada, compondo um Jeca cômico e com sentimentalismo.




Os filmes produzidos a partir de 1960 distribuem-se de forma equilibrada entre os mais variados tipos de produções:

  • A comédia urbana e popular – Gênero que alcançou popularidade na década de 1950-1960, com a proliferação da chanchada carioca e suas variações: o filme carnavalesco e a paródia satírica.

    • O drama rural – gênero dramático ambientado no meio rural e interiorano. Tipo de gênero que atraiu o público pelo fascínio paisagístico e humano das regiões nordestinas e sertanejas, além do mito de Lampião, jaguncismo, coronelismo.

      • Drama político, social e psicológico – gênero preferido do Cinema Novo.

        • Drama cosmopolita – películas de temática internacional que possuem audiência considerável. Normalmente, são filmes que exploram a violência, a sexualidade e escândalos sociais.

          • Em 1961, estréia Glauber Rocha com a erupção do Cinema Novo,que tinha como principal proposta apresentar um moderno cinema.



            Os filmes dos anos 60 estruturam-se em metáforas. Isso pode ser notado nas produções designadas de “estética da fome” em que a metáfora era questionar os problemas sociais e no “cinema marginal”, onde a metáfora residia na “estética do lixo”, isto é, apresentar a experiência do subdesenvolvimento e a situação do Brasil como país periférico.
            Um destaque dessa época foi o filme O pagador de Promessas (1962),
            o primeiro filme brasileiro indicado ao Oscar (1963) e
            o primeiro, e até agora o único filme nacional, premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes.

            6ª época -1967 a 1989

            Esse período foi marcado pela censura das artes que se agravou ainda mais com a instituição do AI-5. Em 1969 a Embrafilme começa a funcionar. Esse órgão foi instituído pelo governo militar para administrar o financiamento da distribuição do produto nacional, sendo uma fonte de produção cinematográfica brasileira que, curiosamente, chegou a financiar filmes que depois de prontos sofreriam a censura do próprio regime militar. Embora a Embrafilme fosse uma mola propulsora para a produção nacional grande parte dos beneficiados acabaram sendo membros influentes do Rio de Janeiro.
            Nos anos 70 surge a figura do malandro ( Hugo Carvana) que auxiliou na reconciliação do filme brasileiro com o público.
            Filmes que figuram como uns dos maiores sucessos de bilheteria da produção nacional foram produzidos nessa época. É o caso, por exemplo, de Dona Flor e seus Dois Maridos (9,5 milhões de espectadores, lançado em 1976, direção de Bruno Barreto) e das pornochanchadas

            7 época – 1990 a 2008

            Em 1990, o cinema brasileiro passa por uma situação conturbada, trata-se do fechamento da Embrafilme durante o governo Collor, o que desencadeou numa grave crise. Para se ter uma idéia das proporções que o problema tomou, em 1992 apenas dois filmes de longa-metragem foram lançados no Brasil.
            Felizmente, no final de 1993, durante o governo Itamar Franco, o cinema nacional foi impulsionado com o surgimento da Lei do Audiovisual. Essa lei garantia a dedução do imposto das empresas que investissem na produção nacional, e no caso das empresas estrangeiras havia dedução de imposto da remessa de lucros para o exterior. Na prática, a Lei do Audiovisual mostrou-se mais eficaz para estimular a produção, deixando em segundo o plano a distribuição e a exibição.
            O filme Carlota Joaquina (1994) marcou o recomeço da atividade cinematográfica no país, sendo o marco da conhecida “retomada”. O filme foi distribuído pela própria diretora, Carla Camurati e realizado com baixo orçamento, 630.000 reais, e atingiu 1,3 milhão de espectadores.
            Em 1995, estreou O Quatrilho (Fábio Barreto) que foi o primeiro filme a captar recursos pela Lei do Audiovisual. Essa produção também teve um retorno positivo com o público brasileiro. Além da reconquista do espectador nacional, os filmes brasileiros foram, sucessivamente, tornando-se reconhecidos no exterior e concorrendo a prêmios. Entretanto, a obrigatoriedade de exibição provavelmente continuou privilegiando os títulos com mais apelo comercial.
            Em 2002, apenas dois filmes nacionais, Cidade de Deus e Xuxa e os Duendes, aparecem entre os 50 lançamentos mais vistos pelo público brasileiro. No ano de 2005 foi lançado o filme de maior bilheteria da retomada do cinema brasileiro, trata-se de 2 Filhos de Francisco que conseguiu levar às salas de cinema 5.319.677 espectadores (dados da Ancine).

            Em 2007, os destaques foram Tropa de Elite e a A grande família, já no primeiro trimestre de 2008, segundo dados divulgados pelo portal Filme B, o filme Meu nome não é Johnny abarcou o maior público (dois milhões), mas nesse mesmo período o público nacional para filmes estrangeiros foi de 19,70 milhões, enquanto o dos brasileiros foi apenas de 2,90 milhões. Com isso é possível constatar que, apesar do otimismo trazido com a retomada, ainda há uma grande desigualdade entre o público do nosso cinema e o do estrangeiro.



            quarta-feira, 3 de setembro de 2008

            A trajetória do cinema brasileiro


            Antes de escrever qualquer coisa sobre cinema brasileiro é preciso primeiramente conhecer a trajetória do cinema nacional, com todas as suas fases e percalços para compreender quais foram os percursos que transformaram a nossa sétima arte no que ela é atualmente e, ao mesmo tempo, entender como foi consolidada a relação com o público brasileiro.


            1ª época – 1896 a 1912

            Em 1896, o cinema chega ao Brasil com a máquina Omninographo. Houve exibições durante duas semanas na Rua do Ouvidor, Rio de Janeiro. Contudo a fita de enredo, só surgiu no Brasil em 1908, pois não havia recursos para que houvesse uma produção sistemática no nosso país. Assim, só após 12 anos da chegada do cinema no Brasil é possível encontrar um filme nacional sendo exibido nas telas.

            Há dúvidas sobre qual seria a primeira fita, mas relatos indicam ser “ Nhô Anastácio Chegou de Viagem”, um filme que narrava as peripécias de um matuto que veio passear no Rio de Janeiro. Dessa forma, a nossa produção começa tendo como protagonista um homem do interior do Brasil, e o velho contraste entre o rural e o urbano. A fita tinha uns 15 minutos de duração.

            Logo após houve uma série de filmes inspirados em crimes conhecidos do RJ, como “ Os Estranguladores” e “ Mala Sinistra”. Até que, entre 1909-1910, o Brasil alcançou a cota de 100 títulos e em 1912 é iniciada uma crise.


            2ª época – 1913 a 1922

            A média anual de produção de filmes de 1912 a 22 foi apenas de seis filmes. Inicialmente, tentou-se arrancar o cinema nacional do marasmo com filmes que abordavam crimes. Já na produção que se desenvolve a partir de 1915 há predominância de fitas inspiradas em nossa literatura, “ o Guarany”, “ A moreninha” e “ Lucíola”.

            Tornou-se difícil o acesso da produção nacional aos circuitos de salas. A realização de filmes de enredo foi escassa e a imprensa, que poderia colaborar, acaba não tendo conhecimento da produção cinematográfica nacional, esta por sua vez vai se definindo como uma atividade marginal.

            Uma das causas, desse pouco espaço para os filmes brasileiros foi a penetração do cinema norte-americano no Brasil, já que com a Primeira Guerra Mundial a Europa perde a sua posição de destaque na exportação de filmes.


            3ª época – 1923 a 1933

            Entre 1923 a 1933 foram completados cerca de 120 filmes, o dobro da década anterior. Há uma descentralização do foco Rio de Janeiro e São Paulo. Dentre os ciclos regionais, o que mais produziu foi o de Pernambuco ( 13 filmes em oito anos).

            Os ciclos do país acabam sendo reflexos de correntes internacionais, como: o Ciclo de Pernambuco: filme mudo de cowboy americano; o Ciclo da Vera Cruz, pastiche de Hollywood nos anos 40; o Ciclo da Chanchada, imitação das comédias da Metro; o Cinema Novo, herdeiro do neo-realismo italiano e a Pornochanchada, versão brasileira da comédia erótica italiana.

            O Ciclo de Cataguases pode ser considerado o mais nacional de todos os ciclos. As obras realizadas nele Valadião, o Cratera;Primavera da Vida; Tesouro Perdido; Brasa Dormida; e Sangue Mineiro foram projetadas nacionalmente e tornaram-se fontes de inspiração para o que o cinema brasileiro moderno veio a propor em termos de perspectiva de abordagem estética de uma realidade brasileira. Além disso, com Humberto Mauro, responsável por essas produções, o Brasil tem o seu primeiro cineasta com uma carreira contínua e coerente.

            Entretanto, o filme brasileiro já lutava pela sobrevivência num mercado invadido pelas fitas importadas, Pereira (1973) destaca que o filme estrangeiro por meio de franquias alfandegárias e se aproveitando da ausência de dispositivos de incentivo à produção de filmes nacionais acabou ganhando na batalha comercial da oferta e da procura. Esse mesmo autor aborda o dilema do cinema brasileiro ao falar que o setor de exibição acusava a baixa rentabilidade dos filmes nacionais como causa da crise do mercado, enquanto a produção acusava a fraude nas rendas, a sabotagem e a prática de pressões anti-nacionais como causa das dificuldades sofridas pela indústria cinematográfica brasileira.

            Essa história continua na próxima postagem...

            Referências:

            GONZAGA, Adhemar, GOMES Paulo Emílio Salles. 70 anos de cinema brasileiro. São Paulo: Expressão e Cultura S.A, 1996.

            PEREIRA, Geraldo Santos. Plano geral do cinema brasileiro. São Paulo: Borsoi. 1973

            sexta-feira, 22 de agosto de 2008

            Seja bem-vindo,

            Se você gosta de assistir a filmes brasileiros, o cinebrasileiral vai ser parada obrigatória para você saber um pouco mais sobre as principais produções nacionais, discutir e contribuir com o blog. Agora se você não gosta tanto assim de filmes nacionais, o cinebrasileiral poderá fazer com que a sua opinião mude, pelo menos é o que eu espero.
            Diante da pouca divulgação da cinematografia brasileira na grande mídia, inclusive na internet, a proposta do cinebrasileiral é apresentar os principais filmes nacionais, mais especificamente, as produções que retratam o meio rural. Aqui, serão divulgados filmes relacionados ao tema do blog e artigos abordando a trajetória do cinema nacional, questionando alguns aspectos da cinematografia brasileira.
            Fique à vontade para apresentar suas críticas e notas para os filmes e artigos apresentados.